Diego Tardelli, Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart foram contemplados por convocação de Dunga

Os “nãos” fazem parte da carreira de qualquer jogador de futebol. Portas se fecham em questão de segundos. Além do talento, a persistência também é um fator que faz a diferença. Um trio “mineiro” sabe bem disso. Éverton Ribeiro, Ricardo Goulart e Diego Tardelli já sentiram na pele o peso de ser renegados em outros grandes clubes. Se encontraram em Minas e, ontem, ganharam do técnico Dunga uma vaga na Seleção, logo na reestreia do capitão do tetra. O Brasil encara Colômbia e Equador, em 5 e 9 de setembro, nos EUA.

Na memória, certamente várias lembranças passaram pela cabeça desses três jogadores, símbolos de uma nova geração para o Brasil após o fiasco na Copa do Mundo, imortalizado com a vexatória goleada por 7 a 1 para a Alemanha. No caso de Diego Tardelli, a convocação marca o reencontro do atacante com Dunga.

O ídolo do Atlético vestiu a camisa amarelinha cinco vezes, sendo quatro delas com o treinador, que foi responsável pela sua primeira convocação, em 2009, na vitória sobre a Estônia (1 a 0), num amistoso.

Revelado pelo São Paulo, DT9 nunca conseguiu se firmar no Morumbi. No Atlético, se destacou na primeira passagem, em 2009, quando se tornou o principal goleador do Brasileirão, com 19 gols. A boa performance quase o rendeu uma vaga no Mundial de 2010, na África do Sul. De volta ao Galo desde o ano passado, após passagem pela Rússia e pelo mundo árabe, ele aparece agora como a referência do time de Levir Culpi.

“Não tenho palavras para descrever o que estou sentindo. Quando voltei ao Brasil, além de tentar cravar meu nome na história do Atlético, um dos meus grandes sonhos era voltar a jogar pela Seleção”, comemora.

Parceria

O sorriso fácil durante o treinamento do Cruzeiro ontem, na Toca da Raposa, era o retrato da alegria de Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart. Parceiros dentro e fora de campo, a dupla, principal responsável pelo poderio ofensivo do time de Marcelo Oliveira, espera reeditar com a amarelinha a dobradinha de sucesso na equipe azul.

Eles têm uma história de vida parecida, consagrada no clube estrelado. Cria do Corinthians, Éverton Ribeiro foi esnobado por Tite. Depois que saiu da base, passou dois anos no São Caetano e depois liberado para o Coritiba, por indicação de Marcelo Oliveira, que o trouxe para o Cruzeiro.

“É a realização de um sonho, um objetivo alcançado. Na hora da convocação, comemorei muito, estava muito feliz. Espero mostrar o que faço no Cruzeiro na Seleção Brasileira”, disse o camisa 17.

Já Ricardo Goulart apareceu no Santo André. Em 2011, foi emprestado ao Internacional, por um ano, mas teve poucas chances com Falcão e acabou devolvido como um dos símbolos da passagem do treinador pelo Beira-Rio.

Foi repassado ao Goiás e se tornou uma das principais peças do clube em 2012. A boa performance no esmeraldino chamou a atenção do Cruzeiro, que comprou seus direitos em parceria com um grupo de investidores, depois de uma disputa com o Atlético.

“O começo da carreira não foi fácil. Nunca joguei em uma Seleção Brasileira de base e agora chego à principal. Só tenho que agradecer ao Cruzeiro pela oportunidade, por ter aberto as portas”, enaltece Goulart.

Felipão

Destaques desde o ano passado, Diego Tardelli, que chegou a fazer até pedidos públicos pela convocação, Éverton Ribeiro, craque do último Brasileirão, e Ricardo Goulart, nunca tiveram uma chance com Luiz Felipe Scolari para brigar por uma vaga na Seleção que disputou a Copa deste ano.