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As categorias de base dos grandes clubes poderiam ser a salvação do futebol brasileiro. O problema é que, segundo constata o ex-zagueiro Ronaldão, tetracampeão mundial pela seleção brasileira, a passagem das revelações para o profissional está com problemas. A quantidade de jogadores revelados poderia ser bem maior.

— Há investimentos dos principais clubes nas bases. O problema é que a maioria não utiliza os jogadores nos profissionais. Falta coragem para colocar os jovens, por causa da pressão da torcida e necessidade imediata do resultado. A recomposição da safra de jogadores fica mais lenta.


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O Grêmio é um dos que mais revelaram jogadores nos últimos anos. Saimon e Luan são dois exemplos recentes, dando continuidade a uma sequência que já teve Ronaldinho Gaúcho e Lucas Leiva, entre outros. O atual presidente Fábio Koff ressalta que um dos problemas das categorias de base é que os jogadores não permanecem no Brasil e logo têm seus direitos vinculados a empresários, que se rendem a propostas tentadoras de clubes europeus, a maioria de pequeno e médio portes.

— Todos os jogadores formados no clube têm o valor pré-fixado na assinatura do primeiro contrato, para que haja retorno para as categorias de base. Senão o investidor acaba se tornando um especulador.


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O Santos tem sido um dos poucos que têm utilizado as revelações. Mas mesmo assim, com toda a sua estrutura, baseada no CT Rei Pelé, o número dos que se mantêm ainda é baixo, mesmo com o surgimento de Neymar. O técnico Eduardo Barros, especialista em categorias de base, diz que o trabalho no Santos ainda não é completo.

— O clube investe em formação, mas tem dificuldade de fazer a transição dos jogadores para o profissional de maneira mais consistente.


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Situação similar vivem outras agremiações. O Fluminense também mantém uma ótima estrutura em Xerém. Costuma revelar muitos jogadores, como o lateral-esquerdo Marcelo. No elenco atual, conta com vários pratas da casa, mas quase nenhum se firma como titular, casos de Elivélton, Fábio Braga, Gustavo Scarpa, Robert e tantas outras promessas


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Lucas Cândido, lateral revelado no Atlético-MG, é um exemplo de que os jogadores podem dar certo nos profissionais. O clube mineiro, de onde surgiram nomes como Cerezo e Reinaldo, até que utiliza alguns pratas da casa, mas poderia fazer isso ainda mais. Marcos Rocha foi outro que aproveitou a oportunidade


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O Cruzeiro, que também tem uma das melhores estruturas do país, não promove tantos jogadores da base para os profissionais como poderia. Lucas Silva e Alisson são dois exemplos de que o trabalho pode dar bons frutos


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O Coritiba também mantém estrutura que gera menos craques do que poderia. Dudu, Zé Rafael, Maranhão são um deles. Além de Alex e Keirrison, que voltaram depois de rodarem por muitos clubes


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O São Paulo perdeu a primazia de ser o maior revelador do Brasil, mas ainda mantém boa estrutura de formação. Também poderia obter um retorno ainda maior no profissional, com alguns jogadores vindos da base. Recentemente revelou nomes como Boschilla, Gustavo, Oscar e Lucas


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No Sul, o Internacional, que simplesmente já revelou a dupla Falcão e Batista, é outro que forma jogadores por meio de uma ótima infraestrutura. Ultimamente foram revelados Alexandre Pato, Valdívia e João Afonso. Também poderia promover um número maior de jogadores


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No Nordeste, o Vitória (BA) mantém a tradição de descobrir grandes jogadores, como fez com Dida, Júnior e outros. Atualmente uma das revelações é o lateral Euller que também já treinou nas categorias de base do Bahia.


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Clubes como Corinthians e Vasco também são bons formadores. Há ainda um fenômeno interessante: o dos jogadores revelados por um clube que vão atuar no profissional de outro. Este cruzamento ocorreu com Dudu, do Grêmio (revelado pelo Cruzeiro), Éverton Ribeiro, do Cruzeiro (revelado pelo Corinthians), Nilton, do Cruzeiro (revelado pelo Corinthians), Gilberto, do Inter_RS (revelado pelo Botafogo), Marlone, do Cruzeiro (revelado pelo Vasco)