Os dois principais clubes mineiros, Cruzeiro e Atlético, foram os que tiveram a marca mais valorizada do país no último ano, segundo estudo da empresa de consultoria BDO, que analisou os números dos 30 maiores times do Brasil. De acordo com o balanço, a marca do clube celeste teve uma valorização de 101% (valia R$ 202 milhões, em 2013, e agora vale R$ 407,2 milhões), subindo de 10º para 8º no ranking geral. Já o alvinegro apresentou evolução de 66% (subindo de R$ 214,9 milhões para R$ 357, 6 milhões), permanecendo em nono.

Segundo o consultor de gestão esportiva Pedro Daniel, responsável pela pesquisa, os resultados dentro de campo têm relação direta com a valorização dos dois times. “O Cruzeiro voltou a jogar no Mineirão e foi campeão brasileiro, o que potencializou as receitas com bilheteria, trazendo o consumidor de volta para o estádio. O Atlético teve toda a projeção da Libertadores, disputou o Mundial e agregou o Ronaldinho Gaúcho, que já é, sozinho, uma grande marca”, explicou o consultor.

O estudo levou em consideração diferentes variáveis, como balanços financeiros, pesquisas com os torcedores, dados de marketing esportivo, hábitos de consumo e dados sociais e econômicos dos mercados locais. As informações financeiras utilizadas foram extraídas das demonstrações contábeis, entre 2008 e 2013, e consideraram receitas de marketing, estádio, sócios e mídia.

Com o crescimento, o Cruzeiro pulou de 10º para oitavo no ranking geral de valores da marca e o Atlético permaneceu em nono. O clube mais valorizado é o Corinthians (R$ 1,2 bilhão), seguido pelo Flamengo (R$ 1,06 bilhão).

CRESCIMENTO EM ALTA

Os clubes que mais cresceram em valor gerado para as suas marcas entre 2010 e 2014 foram: Corinthians, com evolução de R$ 486 milhões; Flamengo (R$ 381 milhões) e Cruzeiro (R$ 268 milhões). O Atlético é o sexto (R$ 247 milhões), à frente de clubes como São Paulo, Internacional e Palmeiras.

O valor somado das marcas dos 30 clubes apresentou evolução de 19% em relação ao ranking de 2013 e 76% de crescimento nos últimos cinco anos. Os 30 clubes analisados somam, hoje, R$ 7,39 bilhões e, entre as razões para a valorização, estão a evolução dos valores recebidos por direitos de transmissão, de patrocinadores e maior participação do torcedor como fonte de renda para os clubes – hoje, o Cruzeiro é o terceiro em sócios-torcedores (59, 7 mil) e o Atlético é o oitavo (31 mil).

“Esse crescimento se explica pelo resultado do time em campo, que nos dá uma visibilidade expontânea, e o trabalho que fazemos fora dele, para potencializar, explorar e valorizar o nome”, explicou o diretor de marketing do Cruzeiro, Marcone Barbosa, que acredita em mais evolução pós-Mundial. “Os clubes aprenderam com a Copa que se deve oferecer bons serviços. O torcedor também está se adaptando a este novo padrão”, explicou. O Atlético, procurado para falar sobre a pesquisa, não se pronunciou.