Aos 38 anos e com passagens por Botafogo , Fluminense , Cruzeiro , Internacional e outros grandes do futebol brasileiro, Bruno Silva chegou ao Remo para a disputa da Série C , um desafio diferente na longa carreira, buscando a vaga para a Série B . A três rodadas para o fim da primeira fase, o Leão Azul está dentro do G-8 e depende somente de si para ir à próxima fase. Neste sábado (10), encara o Confiança , fora de casa, na primeira das três decisões. "Está sendo uma experiência diferente. A gente tem uma missão aqui de colocar o Remo de volta na Série B do Campeonato Brasileiro. É uma equipe que tem uma torcida apaixonada, que comparece e incentiva. Conseguimos entrar no G-8 nessa rodada que passou, só depende da gente, eu falo que no futebol o importante é sempre você depender de você mesmo, não torcer para combinação de resultado, você fazer a sua parte bem-feita. Precisamos de duas vitórias no mínimo para consolidar essa classificação no G-8. As expectativas são as melhores", disse em exclusiva ao ESPN.com.br .
Campeão da Copa do Brasil em 2018 com o Cruzeiro e eleito o melhor segundo volante do Campeonato Brasileiro , em 2017, pelo Botafogo, Bruno Silva chegou ao Remo na segunda metade da temporada logo na reta final da primeira fase da Série C. Para o jogador, o elenco experiente, que conta com nomes como o goleiro Marcelo Rangel, o lateral-esquerdo Hélder Santos, e os atacantes Kelvin, Ribamar e Ytalo, faz o Leão estar preparado para a competição, que tem suas peculiaridades, algo que não viu nem na primeira divisão. "(O elenco) Tem jogadores acostumados a jogar grandes jogos, grandes decisões, grandes campeonatos. Hoje eu falo que o futebol é um dos poucos esportes que nem sempre o melhor vai ganhar. A Série C eu consegui perceber nesse primeiro contato, que é um campeonato mais disputado, mais corrido do que uma Série A ou uma Série B, que são mais cadenciados. A Série C não é essa cadência que tem na Série A ou na Série B, é um campeonato que requer mais vigor físico, requer mais dinâmica, mais competitivo, e isso o Remo conseguiu mesclar." "Na Série C é muito importante saber a hora de impor velocidade, impor o ritmo, mas também a hora de cadenciar, a hora de respirar para a bola. Acho que combinando isso, e o nosso time tem isso, estamos muito próximos de conseguir nossos objetivos."
Inspiração em Fábio Durante a temporada 2018, Bruno Silva conviveu diretamente com o goleiro Fábio , atualmente no Fluminense. Aos 38 anos, o volante tem o amigo e antigo companheiro de clube como grande inspiração para seguir competitivo mesmo com a idade avançada. "O Fábio eu tive o prazer de conviver com ele no Cruzeiro um ano, é um cara que se cuida, treina, é um cara que cobra, é por isso que ele está jogando em alto nível com seus 40 e poucos anos. Hoje o cara tem que se cuidar, tem que saber até onde o seu corpo aguenta. Não adianta você querer forçar. Eu tenho um ditado, quando eu vejo que estou começando a passar vergonha, sou o primeiro a tirar meu time do campo. E ainda eu consigo disputar, brigar", disse o volante, antes de revelar que passou a ter mais cuidado com o lado físico depois de certa idade. "Hoje, se você se cuidar, se preparar, treinar bem, vai conseguir render o seu melhor e prolongar um pouco mais a carreira. Eu procuro me cuidar. No começo da minha carreira, não vou mentir, não tive esse cuidado. Quando passei dos 33, no Botafogo, Cruzeiro, eu comecei a me cuidar mais, então fisicamente eu nunca tive problema de lesão, dificilmente sou um cara que me machuco."
Pós-carreira, Bruno Silva quer rumar ao agronegócio Ao ESPN.com.br , Bruno Silva revelou que a carreira está próxima do fim. Após pendurar as chuteiras, o volante deixou claro que vai largar 100% o futebol. Natural de Nova Lima, no interior de Minas Gerais, o atleta, que mostrou gratidão por ter enfrentado grandes nomes do cenário nacional e internacional, voltará às origens bucólicas e passará a se dedicar ao agronegócio. "Eu converso com a minha esposa, ela é biomédica, vai abrir uma clínica de estética. Eu sou um cara que vou mexer com cavalo e boi, é o que eu gosto. Quando parar de futebol, eu vou desligar de vez. São 17, 18 anos que eu faço isso, me dediquei muito, me dedico. Consegui realizar meus sonhos de jogar em grandes clubes que tinha vontade. Grandes campeonatos, Libertadores, Copa do Brasil, fui eleito o melhor volante do Campeonato Brasileiro. Eu sou grato ao futebol. Enfrentei grandes jogadores da geração brasileira. Consegui jogar contra o Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho Gaúcho, Neymar . Mas quando eu pendurar a chuteira, está próximo o meu fim também, acho que mais um aninho não deve passar, eu não vou ter muito contato com o futebol, vou ser bem sincero, vou para o agronegócio." "Fui criado nesse meio. É uma coisa que eu gosto muito, meu filho também gosta muito, eu tenho um filho de 4 anos, ele gosta muito também, ele se divide entre futebol e cavalos, boi. É uma paixão que eu tenho, e eu vou para esse lado aí, não quero saber de futebol mais não, deu de futebol para mim", finalizou.