O Cruzeiro respirou. Mais do que isso, ganhou um importante sopro de esperança na luta contra o rebaixamento. Na estreia de Paulo Autuori, venceu o Fortaleza por 1 a 0, com gol de Bruno Rodrigues. A atuação não foi boa, mas acabou marcada pela eficiência que faltou em tantos bons jogos do time na temporada. E ela, principalmente neste momento, é o que mais importa.
Fortaleza 0 x 1 Cruzeiro - Melhores momentos - 30ª rodada do Brasileirão 2023
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Paulo Autuori comandou o time apenas por uma semana dentro do campo, até fazer a estreia contra um treinador que está no cargo há quase três anos. Com esse cenário, somado à pressão de um time na zona de rebaixamento, era difícil imaginar que o Cruzeiro faria um jogo superior ao do Fortaleza.
Também por essa situação, Paulo Autuori tomou algumas medidas em relação ao time. A principal novidade foi Matheus Pereira no banco de reservas, com Vital e Nikão entre os titulares. O camisa 10 é um dos homens de confiança de Autuori, e isso pesa em um trabalho que necessita de resultados imediatos.
Machado e Ian Luccas formaram o restante do meio-campo, diante as ausências de Matheus Jussa e Lucas Silva. E foi por ali, em grande parte, que o Cruzeiro teve dificuldades de conter o Fortaleza no primeiro tempo. A etapa terminou sem gols por uma obra do acaso, que em tantas outras rodadas do Brasileirão jogou contra o Cruzeiro .
Não há o que se tirar de positivo do primeiro tempo da equipe. O Fortaleza tinha o controle, como esperado, por jogar em casa e ser um time pressionado pela aproximação da zona de rebaixamento. O erro do Cruzeiro , que tinha uma marcação desajustada, foi entregar a bola de bandeja para o bom adversário jogar.
Em vários momentos, o Fortaleza somente pressionava o Cruzeiro a partir do meio-campo, induzindo Lucas Oliveira e Castán e ganharem campo. Os erros no início da construção, mesmo que fosse no campo ofensivo, com os zagueiros ou volantes, quase sempre terminavam em finalizações do Leão. Rafael Cabral foi o principal nome do time na etapa inicial.
Quando o Cruzeiro tinha a bola, encontrava dificuldades para se aproximar, conseguir conexões entre os jogadores. Nikão e Papagaio, os jogadores mais físicos do setor ofensivo, não conseguiam segurar a posse no ataque. Além de que a reposição dos dois, bem como a de Mateus Vital, não tinha a mesma velocidade da transição do Fortaleza, que sempre estava em igualdade ou superioridade numérica nas ações ofensivas.
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O segundo tempo começou com um cenário parecido. Em poucos minutos, o Fortaleza já havia obrigado Rafael Cabral a trabalhar, e a bola seguia circulando a área dele. O que mudou foi que o Cruzeiro conseguiu incomodar um pouco mais usando a velocidade de Arthur Gomes pela esquerda, com Bruno Rodrigues de "falso nove". Mas o time conseguiu entrar ainda mais na partida após a entrada de Japa no lugar de Vital.
Pelas características físicas e de jogo do garoto, o Cruzeiro conseguiu ficar mais com a bola, mostrando compactação com e sem a posse. O ambiente já era de pressão para o Fortaleza, e o empate seria bom resultado para o time mineiro. Até que, em uma bela jogada de associações entre homens de meio, com Matheus Pereira e Ian Luccas, saiu o gol de Bruno Rodrigues.
Os centímetros que tiraram o gol do camisa 9 diante do Coritiba, validaram o tento decisivo em Fortaleza. O Cruzeiro venceu ao converter com maestria a sua única finalização de real perigo em 90 minutos de jogo, segurando bem a pressão final do adversário.
Bruno Rodrigues comemora gol do Cruzeiro diante do Fortaleza — Foto: Staff Images
Todo técnico assume um time com a missão de mudar o campo. Implementa suas ideias, tomando também decisões de acordo com preferências individuais, seja por questão técnica, tática ou por confiança em determinado atleta. Autuori fez e voltará a fazer isso nas cinco rodadas finais do Brasileiro. Mas, mais do que nunca, voltado para a eficiência, para o bom o resultado, muito mais do que pelas boas atuações. Nem tempo há para isso.
A pressão sobre o Cruzeiro ainda existe, e não é pequena. O time se colocou em uma situação em que qualquer tropeço o deixa novamente com a corda no pescoço. Por isso, precisa de uma nova resposta em quatro dias, contra o Vasco. Precisa de uma vitória para "validar" também os pontos do Castelão e praticamente sacramentar a permanência.