Eu jogava de volante, depois me passaram para meia. Na Copinha fui ponta, agora estou de centroavante, tipo um falso 9."

Essa frase dita por Breno em entrevista ao ge, mostra como é polivalente o garoto que estreou pelo profissional do Cruzeiro na última quinta-feira, contra a Ponte Preta. O jogador, de 20 anos, ainda alterna trabalhos no profissional e nas categorias de base, mas agrada bastante à comissão de Paulo Pezzolano.

Breno chegou ao Cruzeiro no ano passado, do Brasilis-SP, já para o Sub-20. Por lá, havia estreado pelo profissional, mas disputando torneio que equivale à quarta divisão do Campeonato Paulista. Com Paulo Ricardo, técnico da época, jogava no meio-campo. Na Copa São Paulo deste ano, era titular atuando pelo lado do ataque, sob comando de Mário Henrique.

A mudança para centroavante ocorreu neste ano, com a saída de Mário e a chegada do técnico Fernando Seabra. Atuando assim, ele é artilheiro do Mineiro Sub-20, com quatro gols, e também tem um gol no Brasileirão da categoria. Foi contra o Botafogo, no sábado passado, dois dias depois de estrear no time principal. Breno ainda retornou do Rio e participou do treino de domingo com o profissional.

- Foi em um treinamento com o professor Seabra, e ele me perguntou se eu já tinha jogado de centroavante. Eu disse: “Nunca joguei, mas posso tentar”. Nos treinamentos de finalização, eu estava finalizando bem, e ele disse que ia me estar de centroavante. Fizemos um treino contra o profissional, o professor Pezzolano gostou bastante e me chamou assim, de falso 9.

No jogo contra a Ponte, ele entrou atuando pelo lado do ataque. Mas, segundo relato do jogador, vem treinando ainda mais como referência no ataque. Pezzolano pede bastante movimentação e também gosta do poder de finalização de Breno.

"Nos treinamentos eu vou sempre de falso nove, centroavante. Posição que ele gostou bastante de mim. (...) (Pezzolano) gosta que eu me movimente bastante, finalizando para o gol, entrando muito na área, segurando um pouco a bola na frente."

Referências no futebol
Canhoto, Breno tinha Gerson, hoje no Olympique de Marselha, da França, como referência de meio-campista. Em 2019, quando o garoto estreava no profissional do Brasilis, Gerson vivia o melhor ano da carreira, pelo Flamengo. Como atacante, gosta das características Roberto Firmino, do Liverpool, mas também tem Edu, artilheiro do Cruzeiro, como referência.

"Eu gosto bastante do Gerson. Quando eu estava de volante, assistia bastantes vídeos dele jogando. (...) Na minha posição agora, gosto bastante do Firmino, que é um cara que segura bastante a bola na frente e que finaliza muito bem."
- Agora tenho uma referência pertinho, que é o Edu. Grande amigo e que eu pego como referência. (...) Busco conversar bastante com Edu, ele passa bastante coisa. Estou me adaptando à posição aos poucos.

Outras respostas de Breno ao ge
Relação com os mais experientes do elenco
- Os caras são gente boa. Edu, Rômulo, Rafa Silva... eles dão muita moral nos treinamentos. Como eu troquei de posição, eu busco sempre aprender com o Edu, que é um cara que está sempre com a gente, que passa muita instrução e incentiva a gente que está subindo. A zoação é do dia a dia. Graças a Deus temos um ótimo convívio com o pessoal.

Adaptação à nova função
- Estou em um momento bem. Não fazia muito gol, mas tinha vontade. Ficava nos desarmes, dando alguns passes. (...) Estou me sentindo muito bem (como atacante). Procuro aprender bastante quando estou com os mais velhos, nos profissionais.

Transição da base para o profissional
- Tem semana que sim (treina no sub-20 e no profissional), tem semana que não treino no profissional. Procuro sempre dar meu melhor no sub-20 e no profissional. Trabalho sempre no dia a dia para ter oportunidades. Quando estou no profissional, aproveito bastante.


Relação com Paulo Pezzolano
- Pezzolano é uma pessoa sensacional, bem diferente. Não tem problema em colocar os moleques da base para jogar. É centrado, trabalha bastante, e procura dar muitas instruções para a gente que está chegando, sobre como jogar. É bem diferente.

Estreia no Cruzeiro com estádio lotado
- Para mim, foi uma sensação única, ainda mais com estádio lotado. É para poucos jogadores, e eu tive essa oportunidade. Professor me deu essa oportunidade, fiquei muito feliz de estar em campo por 10 minutos. Foram os 10 minutos da minha vida. Consegui realizar um sonho de criança, em um estádio lotado torcendo para a gente. Ficou marcado. (...) Teve um frio na barriga, sim. Sempre tem. Quando o professor me chamou e começou a me passar as instruções, começou a passar muita coisa na minha cabeça. Mas penei: "Estou aqui, agora é só desfrutar do momento".