7/5/2022 14:09
Vale tudo pelo título da Superliga: amuletos, fé e manias acompanham Minas e Cruzeiro na decisão
Para se construir uma campanha sólida até a final de um campeonato com a importância da Superliga de vôlei, as equipes se preparam física, mental, e tecnicamente sempre buscando o limite. Em uma competição tão longa equilibrada, cada detalhe conta - e por isso superstições e amuletos fazem parte da rotina de Minas e Cruzeiro, que neste domingo disputam o terceiro jogo da final da temporada 2021/2022.
O terceiro e decisivo jogo da final da Superliga masculina será domingo, com transmissão do sportv2 e dentro do Esporte Espetacular, na TV Globo, a partir das 10h, e com tempo real do ge a partir das 9h.
Do lado do Minas, equipe com a melhor campanha na fase classificatória, alguns amuletos fazem parte da rotina de dois dos principais integrantes: o técnico Nery Tambeiro e do levantador William.
Jogador mais experiente do Minas, William leva uma correntinha dois pingentes: o número 7 e uma plaquinha com as iniciais de seu nome.
- Essa corrente tinha chega ser um amuleto. Minha mãe me deu este número sete, que é meu número desde sempre, e é uma homenagem ao William, levantador (da geração de 84). Meu pai tem o mesmo nome, e primeira vez que ele me levou na Pirelli para assistir um jogo era o William levantando. Tem também uma plaquinha com as iniciais do meu nome WPA - de William Peixoto Arjona. Meu pai faleceu num acidente em 1996, e 15 dias antes ele desenhou essa placa pra mim. Nunca tirei da minha correntinha, é um jeito de meu pai estar sempre comigo - relembra.
Mais uma motivação para o levantador apareceu pouco antes da série decisiva da Superliga, ao assistir Woodlawn - filme com o título traduzido para o português como "Talento e Fé".
- A gente assistiu um filme que era muito inspirador, muito legal, sobre futebol americano nos tempos de segregação racial nos Estados Unidos. Um dos caras do filme escreve frases no capacete. Fiquei muito inspirado e pensei “se deu certo lá, vai dar certo aqui”. O contexto geral é que independentemente de tudo que você faça um milagre ainda acontece. Tem que acreditar, tem que ter fé - explicou William, que exibiu no último jogo "believe" (acredite em português) e "one way" (caminho único) nos tênis.
Fé também faz parte da rotina do técnico da equipe, Nery Tambeiro. Durante os jogos, ele carrega uma pedrinha em seu bolso.
- Eu estou há oito aos no Minas. Nunca tivemos a equipe mais forte. Nosso papel sempre foi formar jogadores, entrar na quadra e acreditar em dar o melhor. Esse simbolismo do Davi e Golias é isso: uma pessoa com certas habilidades, acreditando em Deus, tendo fé e sabendo que é possível você ter a vitória se for muito dedicado ao que faz.
Do lado do Cruzeiro, Fernando Cachopa criou uma mania: por onde vai pega um pedaço de esparadrapo e desenha a letra T. O levantador garante que não aprendeu nenhum ritual por aí, só começou com a mania em 2014, no primeiro ano como profissional.
- Eu boto o esparadrapo na parede em todo o ginásio onde jogo. O porquê da letra T não sei. Acho que todos os ginásios do Brasil estão marcados. Isso começou no primeiro ano no profissional. Meu quadradinho lá no vestiário em Contagem - a casa do Cruzeiro durante a Superliga- está cheio, a parede toda cheia de T. Eu entro no ginásio, tenho que colocar. E coloco por cima se tiver outro. Não tem nenhum astro, nenhum Deus, nenhum ritual - só deu na minha cabeça e eu fiz. Alguns jogadores já me mandam fotos falando que eu fico marcando os ginásios por aí - conta Cachopa.
Perguntamos se pode ser um "T de título?"
- Olha, pode ser! Deu muito certo nos últimos anos por aí - emenda o levantador.
Com pedrinha, esparadrapo, correntinha ou frases motivacionais: que vença o melhor no próximo domingo.
1812 visitas - Fonte: globoesporte