Treinador conseguiu melhorar clima no vestiário após saída de Ceni e já apresenta números melhores que o antecessor
Imagem: Cruzeiro/Divulgação

Quando contratou Abel Braga, uma das intenções da diretoria do Cruzeiro era de encontrar no treinador o perfil ideal para melhorar o clima nos vestiários e recuperar a motivação do elenco antes que fosse tarde demais no Campeonato Brasileiro.



Quase um mês depois, o torcedor celeste já consegue ver melhor como o histórico de paizão do treinador tem refletido positivamente dentro de campo.

Nos números, o atual comandante já ultrapassou seu antecessor e próximo adversário Rogério Ceni, e está perto de bater também o desempenho de Mano Menezes no comando da Raposa no Brasileirão de 2019.

Em seis jogos com o Cruzeiro, Abel Braga conseguiu nove pontos, um a mais que Rogério Ceni durante as sete partidas que comandou o time. Ainda no primeiro turno, Mano Menezes fez 13 jogos pela equipe, mas somou apenas dez pontos antes de ser demitido.

Dos seis compromissos já realizados, Abelão só perdeu um, justamente na estreia. Para se ter uma ideia da reação celeste, apenas um clube tem uma série invicta há mais de cinco jogos, como é o caso do Cruzeiro. Não por coincidência, esse time é o Flamengo, líder da tabela e que não sabe o que é uma derrota há 14 partidas.

A forma como o Cruzeiro joga hoje não mudou muito quando comparados os times de Abel e Ceni. Mas o atual técnico conseguiu deixar seus atletas mais à vontade em campo, o que não foi possível ver com seu antecessor. Por mais de uma vez, Abel saiu em defesa de seus atletas. Isso ficou claro já em sua primeira coletiva na Toca da Raposa, quando afirmou que defenderia e morreria pelos jogadores se eles se entregassem em campo.

No episódio que teve seu treino interrompido por uma organizada que invadiu o CT, Abel novamente chamou a responsabilidade, afastou os principais alvos da confusão e pediu a palavra para garantir que o Cruzeiro voltaria a vencer. Nas entrevistas após os jogos, outro comportamento que também virou rotina são os elogios individuais. Recentemente, chamou o garoto Éderson de monstro e projetou um futuro com a camisa da seleção brasileira. Fred e até David, frequentemente contestado por causa do jejum de 34 jogos, também receberam atenção especial do técnico.

Com Abel Braga, vieram também as quebras de tabus que já estavam incomodando demais o elenco. Visivelmente ansiosos em campo, o time só conseguiu superar alguns bloqueios depois da chegada do treinador. O primeiro deles foi fazer um gol com a bola rolando depois de ficar oito jogos balançando as redes apenas em cobranças de pênalti, em três oportunidades.



O segundo peso que saiu das costas foi voltar a vencer depois de nove compromissos. Por fim, a equipe também alcançou uma vitória fora de casa no Brasileirão, algo que não acontecia há mais de 16 meses. Agora, com o Fortaleza de Rogério Ceni pela frente, o Cruzeiro precisa dar um desfecho diferente em comparação com outras situações parecidas. Apesar das boas vitórias contra São Paulo e Corinthians, a equipe não pode mais tropeçar contra adversários que também lutam para não cair, algo que aconteceu recentemente diante do Goiás, Fluminense e Chapecoense.

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