Adversário do Cruzeiro nas quartas de final da Libertadores, o Boca Juniors viveu o apogeu na Libertadores durante a última década. Em três das quatro campanhas campeãs, a presença do meia Juan Román Riquelme, hoje aposentado, foi decisiva para os títulos. Por ter se destacado, o craque ganhou admiração de muitos brasileiros. Curiosamente, a base cruzeirense tem três filhos de fãs do argentino.

São três jovens atletas quase homônimos do argentino. Riquelmo, Riquelmy e Rikelmy não têm o nome com a mesma grafia do ex-meia do Boca. Mas foi por causa dele que os pais registraram os filhos no cartório. Os três pouco viram o quase xará jogar, mas conhecem bem as qualidades dele.

"Meu pai gostava muito do jogador, do jeito que ele jogava. E acabou colocando o nome dele em mim, porque se inspirava nele e que, se Deus quiser, eu seria um jogador igual a ele." (Riquelmo)
- Já vi os vídeos dele, os passes, as jogadas... Era um gênio. Ainda não tem nada de parecido ao futebol. Estou trabalhando e, se Deus quiser, queria chegar um dia a fazer sucesso como ele – sonha Riquelmo, atacante que atua pelos lados do campo.

Sonho antigo do Cruzeiro
No auge da carreira, Riquelme foi pretendido por vários clubes brasileiros. Entre eles o Cruzeiro que tentou, por mais de uma vez, levá-lo para a Toca da Raposa, mas nunca conseguiu. A primeira foi em 2001, com o então presidente Zezé Perrella. Que voltou a tentar nove anos depois.

Um dos treinadores das categorias de base do Cruzeiro e que acompanha o desenvolvimento dos garotos na Toca, o técnico Fred Pacheco disse que, pela mudança da dinâmica no futebol, é difícil encontrar um jogador com as características do craque inspiração dos jovens cruzeirenses.

"Nenhum tem característica dele não, mas a gente espera que o nome dele sirva de inspiração. Se eles aproveitarem, um pouco do talento do Riquelme será muito útil na carreira dele." (Fred Pacheco)
- Está difícil de achar as características, até pela evolução física do jogo atual. Hoje, tem pedido muito futebol dinâmico, de intensidade. Essa não era a característica do Riquelme. Mas era um jogador talentosíssimo, um dos melhores que acompanhei pessoalmente, assim como o Alex. Mas o futebol exige mais intensidade, velocidade, talvez em função disso um jogador desse perfil tenha ficado sem espaço. Mas nós treinadores temos que dar um jeito de encaixar esses jogadores. Aqui no Cruzeiro, temos alguns atletas com esse tipo de característica. A gente tem tentado encaixar o estilo de jogo deles ao nosso estilo. O principal fator é que não acabou, mas a dinâmica tem dificultado o espaço desses atletas – analisou o treinador.

Inspiração é outra
Apesar de os pais terem colocado o nome dos filhos por causa do ex-jogador do Boca Juniors, a inspiração profissional dos jovens da base do Cruzeiro é outra, e vem do futebol europeu. Riquelmo contou que se espelha em De Bruyne por causa das assistências do jogador da Bélgica e que atua no Manchester City, da Inglaterra.



Já os outros dois jovens, que têm mais a característica de marcar gols na equipe cruzeirense, gostam mesmo é do polonês e jogador do Bayern, Robert Lewandovski.

- Riquelme jogava muito, ele batia muito bem as faltas. Mas eu não me espelho nele. Como ele não é um cara da minha posição, acaba que não tem muito a ver. Minha inspiração mesmo é o Lewandovski, porque ele faz muito gol, ele tem frieza para finalizar, o jeito de escorar a bola – conta Rikelmy.

- Eu jogo mais na frente, mais centralizado. Então, gosto do Lewandovski, pela habilidade dele, pelos gols, pela tranquilidade na saída do goleiro e também por ele ser muito técnico – completou Riquelmy.