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28/9/2018 10:40

Há 20 anos: relembre a única decisão de título entre Cruzeiro e Corinthians, finalistas da Copa do Brasil de 2018

Há 20 anos: relembre a única decisão de título entre Cruzeiro e Corinthians, finalistas da Copa do Brasil de 2018
Foto: Divulgação

Cruzeiro e Corinthians vão se enfrentar em uma decisão pela segunda vez na história. As finais da Copa do Brasil de 2018 estão marcadas para 10 e 17 de outubro (duas quartas-feiras), às 21h45, no Mineirão e na Arena Corinthians. O confronto anterior que valeu título aconteceu há quase 20 anos, em dezembro de 1998, pelo Campeonato Brasileiro. À época, os clubes contavam com grandes destaques. Do lado mineiro havia o goleiro Dida, o volante Djair, o armador Valdo e os atacantes Muller, Marcelo Ramos e Fábio Júnior. No time paulista, os protagonistas eram o zagueiro Gamarra, os volantes Rincón e Vampeta, o armador Marcelinho Carioca e os atacantes Edílson e Dinei. Fora das quatro linhas, à frente do banco de reservas, o técnico Levir Culpi, campeão da Copa do Brasil de 1996 pelo Cruzeiro, tentava a conquista do primeiro Campeonato Brasileiro. Vanderlei Luxemburgo, derrotado pela Raposa no comando do Palmeiras dois anos antes, queria ‘dar o troco’ a serviço do Corinthians.



Com Zezé Perrella presidente e Eduardo Maluf como gerente de futebol, o Cruzeiro fez investimentos de peso para o segundo semestre. Muller, de 32 anos, foi adquirido ao Santos por R$ 3,5 milhões. Valdo, de 34, deixou o Nagoya Grampus, do Japão, e alugou seu passe por um ano ao clube. Respaldados pela longa experiência a serviço da Seleção Brasileira (Valdo jogou as Copas de 1986 e 1990, enquanto Muller esteve nesses dois Mundiais e também no de 1994), eles tinham a missão de liderar em campo um grupo recheado de jovens jogadores, casos de Fábio Júnior (20), Ricardinho (22), Alex Alves (24), Gilberto (22) e outros.

Antes de chegar à decisão, o Cruzeiro enfrentou um longo caminho na primeira fase do Campeonato Brasileiro, disputado em turno único e com 24 clubes. Na estreia, em 26 de julho, empate por 1 a 1 com o Atlético. O gol celeste foi de Valdo, que tabelou com Marcelo Ramos e bateu rasteiro no canto direito de Émerson.

O Brasileiro de 1998 tinha um regulamento diferente. De 24 clubes, os oito primeiros colocados avançariam para as quartas de final, enfrentando-se em cruzamento olímpico (1º x 8º; 2º x 7º; 3º x 6º; 4º x 5º). Os mata-matas eram na chamada ‘série melhor de três’. Se uma equipe vencesse as duas primeiras partidas, eliminaria a necessidade do terceiro duelo. Além disso, os detentores das melhores campanhas tinham a vantagem de realizar até dois confrontos como mandante. Na outra ponta da tabela, os quatro últimos cairiam à Série B.



Quando disputou seu 19º jogo, no dia 18 de outubro de 1998, contra o Grêmio, no Mineirão, o Cruzeiro perdeu por 2 a 0 e estacionou na 13ª posição, com 25 pontos. O Atlético, oitavo colocado, tinha 28. A classificação parecia complicada, mas a Raposa emplacou quatro vitórias consecutivas – sobre Bragantino (4 a 0), Palmeiras (3 a 1), Atlético-PR (2 a 1) e Juventude (5 a 0) – e pulou para o sétimo lugar, com 37 pontos. O time alvinegro, que empatou sem gols com a Ponte Preta na última rodada, amargou a nona posição (36 pontos), levando desvantagem para o Grêmio em número de vitórias (10 a 9).

Na briga pelo primeiro lugar, o Corinthians também conseguiu série de quatro vitórias – Paraná (0 a 0), São Paulo (2 a 1), Vitória (3 a 2) e América-RN (2 a 1). O primeiro lugar foi alcançado graças ao empate do Palmeiras com o América, por 1 a 1, no Independência. O Timão encerrou a etapa classificatória com 46 pontos (14 vitórias, 4 empates e 5 derrotas), enquanto o Verdão ficou com 45 (14 vitórias, 3 empates e 6 derrotas).

Justamente por causa dos resultados da última rodada que o Cruzeiro teve o Palmeiras em seu caminho nas quartas de final. No primeiro jogo, vitória celeste por 2 a 1, no Mineirão. O alviverde paulista deu o troco no segundo confronto, também por 2 a 1, no Palestra Itália. No mesmo estádio, as equipes fizeram o duelo de desempate. O Cruzeiro ganhou por 3 a 2, com dois gols de Marcelo Ramos e um de Fábio Júnior.

Na semifinal, Cruzeiro encarou a Portuguesa. Novamente, a vaga foi alcançada fora de casa, no Estádio Canindé, em São Paulo. O gol de Djair, a 2min do primeiro tempo, garantiu o triunfo celeste: 1 a 0. Nos dois duelos anteriores, a Raposa havia vencido no Mineirão, por 3 a 1, e perdido no Canindé, por 2 a 1. O jogo em Belo Horizonte ficou marcado pelos mais de 100 mil torcedores presentes no estádio (90.482 pagantes) e pelo belo gol de calcanhar do atacante Alex Alves, aos 46min do segundo tempo. No outro chaveamento, o Corinthians eliminou Grêmio e Santos.



Na decisão, o Cruzeiro só se sagraria campeão com duas combinações: 1) se vencesse duas partidas; 2) se ganhasse um jogo e empatasse outros dois. Por isso, o confronto no Mineirão seria fundamental para as pretensões da equipe. No dia 13 de dezembro, 87 mil espectadores compareceram ao estádio. E a maioria vibrou intensamente quando Muller, aos 43min do primeiro tempo, finalizou com sutileza no canto esquerdo de Nei após receber assistência de Fábio Júnior: 1 a 0. No segundo tempo, aos 2min, a festa cruzeirense aumentou: Valdo esbanjou categoria na cobrança de falta, mandou a bola no ângulo e ampliou: 2 a 0. Só que a alegria celeste durou pouco. Aos 6min, Edilson tocou para Dinei, que girou em cima do lateral-direito Ronaldo e chutou para o fundo das redes: 2 a 1. Aos 11min, Dinei arrancou pelo lado esquerdo e, diante da marcação distante de Ronaldo, conseguiu cruzar na cabeça de Marcelinho, de apenas 1,67m, mas praticamente livre na pequena área: 2 a 2.

Uma semana depois, em 20 de dezembro, o Corinthians contou com o apoio de sua torcida no Morumbi. Na primeira grande chance, o atacante Didi foi acionado em velocidade por Edilson, deixou Gottardo para trás e preferiu chutar em cima de Dida a devolver a bola para o companheiro. O Timão ainda teve um gol incorretamente anulado: Gustavo dava condições a Rincón no momento da finalização. No segundo tempo, aos 13min, o zagueiro Marcelo Djian, hoje diretor de futebol da Raposa, atrapalhou-se ao tentar afastar a bola da grande área e perdeu dividida para Dinei, que tirou o goleiro Dida da jogada e abriu caminho para Marcelinho fuzilar: 1 a 0. Aos 24min, o Cruzeiro calou o Morumbi com o gol de empate: Muller lançou na pequena área, Nei não conseguiu espalmar e Caio, na linha de fundo, evitou a saída. O passe para trás encontrou Marcelo Ramos, que bateu rasteiro e igualou o placar: 1 a 1.



No terceiro jogo, em 23 de dezembro, Vanderlei Luxemburgo apostou na entrada de Mirandinha como parceiro de ataque de Edílson. Dinei, o talismã da equipe, seguiu no banco de reservas. O Cruzeiro, por sua vez, teve o zagueiro João Carlos no lugar de Wilson Gottardo. Uma das grandes armas da Raposa era os chutes de longa distância de Djair. Quando a partida estava empatada, o meio-campista soltou a bomba em cobrança de falta e exigiu grande defesa de Nei. Já o Timão apostava na velocidade de Edílson, na técnica de Marcelinho e na vontade de Dinei. Aos 25min, o ‘Talismã da Fiel’ deu enfiada de bola entre João Carlos e Gilberto e encontrou Edílson sozinho na grande área. O ‘Capetinha’ estava em posição legal porque o lateral-direito Gustavo, que marcava Marcelinho, dava-lhe condições. O drible seco na saída de Dida e o toque rasteiro para o fundo das redes fez o Corinthians colocar uma mão na taça. A segunda mão foi colocada aos 35min: Dinei fintou Caio e deu assistência para Marcelinho, de peixinho, fazer 2 a 0.

Os números gerais da campanha evidenciaram a superioridade do Corinthians. Em 32 jogos, o time de Vanderlei Luxemburgo somou 61 pontos (18 vitórias, 7 empates e 7 derrotas) e teve também o melhor ataque, com 57 gols, sendo quase 60% sob responsabilidade da dupla Marcelinho (19) e Edilson (15). Vice-campeão, o Cruzeiro contabilizou 51 pontos (14 vitórias, 9 empates e 9 derrotas). Fábio Júnior, com 18 gols, foi o artilheiro do elenco, seguido por Marcelo Ramos, com oito.

O Cruzeiro ainda teria em 1998 a chance de conquistar um título de expressão, mas perdeu para o Palmeiras a final da Copa Mercosul. Como o time também havia sido derrotado pelo Verdão na decisão da Copa do Brasil, o técnico Levir Culpi ganhou um apelido nada agradável pela fama de ser o segundo colocado: ‘Levice’. Naquele ano, ele faturou apenas o Campeonato Mineiro e foi eliminado nas oitavas de final da Copa Libertadores. Conquistada pelo clube celeste diante do River Plate-ARG, a Recopa Sul-Americana de 1998 só foi realizada no segundo semestre de 1999.

Duas décadas depois, o Cruzeiro tem a oportunidade de dar o troco no Corinthians. Ao menos esse é o sentimento compartilhado por muitos torcedores nas redes sociais. Se vencer a na final da Copa do Brasil, chegará a seis títulos da competição e se isolará na condição de maior campeão, ultrapassando o Grêmio. Além disso, estará em jogo uma premiação de R$ 50 milhões referente à conquista do troféu. O vice-campeão, por sua vez, embolsará R$ 20 milhões. Nessa quantia não consta o valor de R$ 11,9 milhões já obtido por mineiros e paulistas nas fases anteriores (oitavas de final, quartas de final e semifinal).

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