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Se o estádio Alberto José Armando for citado como local de um jogo, os torcedores do Cruzeiro dificilmente saberão de onde se trata. Mas se o nome for substituído por La Bombonera, a torcida terá uma resposta imediata: casa do Boca Juniors. Lá é o próximo destino do Cruzeiro no caminho da Libertadores. Na quarta-feira, às 21h45 (de Brasília), a Raposa inicia a disputa por uma vaga nas semifinais da competição diante do time argentino.
A forma retangular do local, semelhante a uma caixa de bombons, rendeu a nomenclatura à Bombonera, que possui três anéis de arquibancadas e capacidade próxima a 50 mil torcedores. É possível dizer que participar de jogos em locais assim ajuda a forjar jogadores cascudos. O Cruzeiro tem atletas com esse tipo de experiência no currículo.
Mais que estar na Bombonera, Thiago Neves já fez gol no estádio e ajudou o Fluminense, em 2008, a eliminar o Boca Juniors na semifinal da Libertadores. O meia ainda voltou ao palco argentino em 2012, ao lado de Fred, mas não teve a mesma sorte. A dupla não passou adiante, pois foi eliminada no jogo de volta, no Rio de Janeiro.
- Pressão todo mundo sabe que vai ter. O Boca marca forte. Nosso time é cascudo. Sabemos jogar partidas com pressão assim. Esperamos fazer mais uma boa partida fora de casa para trazer um bom resultado – disse Thiago Neves, que até deu uma dica de um erro que o Cruzeiro não pode cometer.
- Eu já falei que é um jogo de muita pressão, a torcida empurra o time o tempo inteiro. Contra o Racing foi assim. Em La Bombonera vai ser mais. Tem que estar preparado para isso. Nosso time é bem cascudo. Mas, em uma hora ou outra, a cabeça sai do lugar. Isso que não podemos deixar acontecer.
O volante Henrique esteve com o Cruzeiro na Bombonera há 10 anos. Os clubes se enfrentaram pelas oitavas da Libertadores. Ele é mais um que pode alertar para os riscos do estádio que é considerado místico na América do Sul.
- Sempre, nos minutos iniciais, quem não tem muita vivência pode sentir. Isso é só no começo. Cada um reage de uma forma diferente. Mas é claro que cada jogo é uma história diferente. Foi outro momento em 2008. Sempre é complicado jogar lá. A gente vai entrar em campo sabendo das dificuldades. É um jogo mais catimbado, a torcida empurra muito. Isso posso dizer do jogo lá - disse Henrique.
Fábio, Fred e Sobis são outros brasileiros do grupo de jogadores que já atuaram na Bombonera. Porém, no plantel do Cruzeiro, há quatro argentinos que conhecem bem mais o estádio: Barcos, Romero, Mancuello e Cabral. O último pediu que o Cruzeiro não deixe o Boca tomar a iniciativa dentro de casa.
- É um jogo grande. Vamos tentar impor o jogo, vamos segurar. Temos que continuar do jeito que estamos jogando cada decisão. É disciplina na hora de marcar e não deixar que eles tomem a iniciativa.