Questionado após a Copa do Mundo, meia correspondeu nos momentos decisivos (Thomás Santos/AGIF)

Há um mês, Thiago Neves vivia um cenário totalmente distinto ao atual. Na volta da Copa do Mundo, o meia não apresentou o futebol que a torcida gostaria de ver. Em pleno Mineirão, ele precisou escutar as vaias da arquibancada e outros questionamentos futuros para rever sua trajetória e resgatar o protagonismo de outras vezes. Fazendo jus ao histórico de desequilibrar grandes duelos, o jogador precisou se impor nos 'jogos do ano' até aqui e agora volta a receber os elogios.



Na partida contra o Flamengo, pela Libertadores, Thiago marcou o segundo gol do Cruzeiro e aumentou a vantagem celeste nas oitavas de final. Contra o Santos, inaugurou o placar no Mineirão. Tão importante quanto os gols foram os desempenhos em campo. Nas duas oportunidades, ele foi considerado o homem do jogo pelos organizadores dos torneios.

"Fico feliz por estar sempre ajudando nas decisões. Me preparo para esses momentos, é quando o time precisa desse tipo de jogador. Conto com meus companheiros, tem muita gente que marca para poder nos deixar tranquilo ali na frente", comentou o meia.

Artilheiro e líder de assistências do ano passado, Thiago também viu seus números caírem de rendimento. Enquanto tentava voltar para os trilhos, amargou nada menos que onze partidas sem marcar, feito que só voltou a acontecer nas decisões contra Flamengo e Santos e o ajudou a recuperar o topo da artilharia deste ano.

Curiosamente, o meia também passou por um processo semelhante no ano passado. Após duas eliminações bem próximas para o rival Atlético, no estadual, e para o Nacional do Paraguai, na Sul-Americana, o jogador virou o principal alvo da insatisfação do torcedor. Após um momento de instabilidade, voltou aos trilhos no segundo semestre e terminou a temporada como um dos melhores em sua posição no Campeonato Brasileiro, além de ter sido um dos maiores nomes da equipe na Copa do Brasil, convertendo o pênalti que garantiu o pentacampeonato.
"É a preparação, o foco que eu tenho. Sei da importância que tenho para o Cruzeiro, para conquistar um hexacampeonato (da Copa do Brasil). Fui contratado para ser um dos principais do elenco, a preparação tem que ser diferente. Mas estou sempre alegre também, solto. Não fico preso, estou sempre no momento certo e na hora certa, preparado para decidir", acrescentou.

Apesar de ainda estar em falta com as assistências, oferecendo apenas três passes para gols neste ano, Thiago encontra nos companheiros a ajuda para servir os nomes do ataque e tornar o setor ofensivo mais democrático com Robinho, Egídio e Arrascaeta, maiores garçons do time, com sete assistências, cada.