Depois de se recuperar de lesão, Dedé voltou a jogar em 2018 e está perto de 300 partidas na carreira / Ramon Lisboa/EM D.A Press

O centésimo jogo com a camisa do Cruzeiro foi bastante comemorado por Dedé. Consistente na parte defensiva e perigoso nas subidas ao ataque em cruzamentos oriundos de faltas e escanteios, o zagueiro ressaltou a felicidade de atingir a expressiva marca na vitória de quarta-feira sobre a URT, por 3 a 0, no Mineirão, pela 10ª rodada do Campeonato Mineiro. “Estou feliz por chegar a essa marca maravilhosa. Foi difícil chegar até essa marca de 100 jogos. Hoje é um dia muito especial, tentei muitos gols ali, mas com essa marca já saio satisfeitíssimo”. Mas os feitos importantes não param por aí. Dedé, agora, está perto de outro feito importante: a partida de número 300 na carreira.



Dedé, que começou a carreira no Volta Redonda e jogou também por Vasco e Seleção Brasileira, tem 298 jogos como profissional até aqui. A 299ª partida será completada neste domingo, às 17h, quando o Cruzeiro enfrentará o Patrocinense, fora de casa, pela 11ª rodada do Estadual. A 300ª apresentação dependerá das condições físicas do jogador e, claro, das opções do técnico Mano Menezes, que tem escalado com mais frequência Leo e Murilo entre os titulares.

A caminhada de Dedé até a aproximação do 300º jogo não foi fácil. Durante três anos, ele conviveu com várias lesões nos dois joelhos e foi submetido a cinco cirurgias para correção dos problemas. Entre 2015 e 2017, o camisa 26 esteve em apenas 13 dos 206 confrontos do Cruzeiro. Agora, ao que tudo indica, a sequência tão esperada acontecerá. O próprio técnico Mano Menezes vê grande consolidação na recuperação do atleta.

“Dedé vem confirmando aquilo que os treinamentos estavam mostrando. Já tínhamos uma confiança muito grande nessa nova etapa da recuperação, nesse novo momento, porque os dados que recebemos eram melhores que das outras vezes. Isso aumentou a confiança e fez com que a gente tomasse todos os cuidados juntamente com ele também. Foi possível conduzir com mais tranquilidade porque a equipe vinha bem. Tudo ajuda quando o resultado é bom. Dedé fez dois jogos, está bem e a gente quer que isso continue daqui para frente de forma ininterrupta”.

Nas duas partidas que fez em 2018, contra Boa e URT, Dedé também foi arma do Cruzeiro na parte ofensiva. A estatura de 1,92m e o grande poder de impulsão ajudam o zagueiro nas finalizações de cabeça. “Meu ponto forte é bem visível que é a bola aérea. Tenho uma facilidade maior nisso. É fruto de treinamento no qual venho ganhando confiança para fazer saltos e melhorar o tempo de bola. Tive contusão, então tenho que treinar isso para ganhar força e ter um sustento com a carga do corpo. O trabalho está sendo muito bom. Todos têm méritos pelos resultados”.

Dedé em ação pela Seleção Brasileira no amistoso contra o Chile, em 24 de abril de 2013, no Mineirão / AFP PHOTO

A trajetória do ‘Mito’

Dedé começou a carreira profissional em 2008 pelo Volta Redonda-RJ, quando tinha 19 anos. Segundo o blog Voltaçopédia, de Diogo de Oliveira Paula, o zagueiro disputou 29 partidas pela equipe fluminense e marcou cinco gols. Os números corroboram com as estatísticas disponibilizadas no banco de dados da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FFERJ). Com a camisa do Tricolor de Aço, Dedé participou dos Estaduais de 2008 e 2009, e da Copa Rio de 2008. Na segunda temporada a serviço do clube, formou dupla de zaga com o veterano Júnior Baiano, ex-Flamengo, São Paulo, Palmeiras, Vasco e Seleção Brasileira.

Eleito o terceiro melhor jogador de sua posição no Campeonato Carioca de 2009, Dedé foi contratado pelo Vasco junto com o atacante Robinho. Os dois custaram, juntos, cerca de R$ 1,6 milhão aos cofres cruz-maltinos. Enquanto Robinho não deslanchou, o zagueiro aceitou pacientemente a condição de reserva na primeira temporada e virou titular no ano seguinte. Em 2011, Dedé celebrou a melhor fase da carreira. Além dos impressionantes 12 gols anotados em 61 jogos, o jogador colaborou para as campanhas do título da Copa do Brasil e da segunda colocação no Campeonato Brasileiro.

Apelidado de 'Mito' pela torcida vascaína, Dedé passou a ser convocado também para a Seleção Brasileira, que era treinada justamente por Mano Menezes. Em nove jogos com a amarelinha, marcou um gol. Já em abril de 2013, o Cruzeiro procurou o Vasco e, com o auxílio de investidores, comprou 45% dos direitos econômicos de Dedé por R$ 14 milhões – além de emprestar o meia-atacante Alisson.

Se o defensor enfrentou momentos complicados nos três últimos anos, nos dois primeiros foi titular absoluto e teve participação fundamental nas conquistas de duas edições do Campeonato Brasileiro (2013 e 2014) e uma do Campeonato Mineiro (2014). É no rendimento semelhante ao apresentado quatro anos atrás que Dedé se espelha para retomar a titularidade no Cruzeiro e, quem sabe, ter o contrato renovado. O vínculo atual vai até dezembro de 2018.

Números da carreira de Dedé

Jogos: 298
Gols: 34
Clubes: Volta Redonda (2008 a 2009), Vasco (2009 a 2013) e Cruzeiro (desde 2013)
Seleção Brasileira: 2011 a 2013
Títulos: Série B (2009), Copa do Brasil (2011 e 2017), Campeonato Brasileiro (2013 e 2014), Campeonato Mineiro (2014) e Superclássico das Américas (2012)
Prêmios: Seleção Craque Brasileirão (2010, 2011, 2013 e 2014) e Bola de Prata da Revista Placar (2011 e 2013)

Volta Redonda: 29 jogos e 5 gols

Carioca de 2008: 7 jogos e 2 gols
Copa Rio de 2008: 7 jogos
Carioca de 2009: 13 jogos e 2 gols
Amistosos: 2 jogos e 1 gol

Vasco: 160 jogos e 19 gols

Campeonato Carioca: 38 jogos e 7 gols
Copa do Brasil: 13 jogos e 1 gol
Campeonato Brasileiro: 89 jogos e 7 gols
Copa Libertadores: 5 jogos e 1 gol
Copa Sul-Americana: 4 jogos e 2 gols
Série B: 5 jogos
Torneio de Florianópolis: 2 jogos e 1 gol
Amistosos: 4 jogos

Cruzeiro: 100 jogos e 9 gols

Campeonato Mineiro: 18 jogos e 2 gols
Copa do Brasil: 9 jogos e 2 gols
Campeonato Brasileiro: 55 jogos e 4 gols
Copa Libertadores: 10 jogos e 1 gol
Copa Sul-Americana: 1 jogo
Primeira Liga: 2 jogos
Amistosos: 5 jogos

Seleção Brasileira: 9 jogos e 1 gol (amistosos)

Fontes de pesquisa: FFERJ, Ogol.com.br e Voltaçopédia