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10/3/2018 16:36

Com várias novidades à vista, marketing do Cruzeiro monta estratégia para superar 100 mil sócios e multiplicar receitas já em 2018

Gerente do Sócio do Futebol e responsável pela Área de Relacionamento com o Torcedor, Leandro Freitas concedeu entrevista sobre tema ao Superesportes

Com várias novidades à vista, marketing do Cruzeiro monta estratégia para superar 100 mil sócios e multiplicar receitas já em 2018
Leandro Freitas passou a limpo os planos voltados para a melhoria do programa Sócio do Futebol / Rafael Arruda/Superesporte

Com pouco mais de 50 mil associados adimplentes e arrecadação fixa mensal estimada em R$ 2,1 milhões, o programa Sócio do Futebol já é submetido a estratégias de marketing por parte do Cruzeiro para ultrapassar a marca de 100 mil cadastrados em 2018 e gerar receita até três vezes maior. Na sede administrativa do Barro Preto, o Superesportes entrevistou Leandro Freitas, gerente do Sócio do Futebol e responsável pela Área de Relacionamento com o Torcedor. Segundo ele, o clube apresentará novidades nos próximos meses, como a criação de modalidades de sócio e parcerias com empresas dispostas a oferecer benefícios em produtos e serviços aos cruzeirenses cadastrados no programa de fidelidade.



“A gente vê necessidade de melhora contínua no programa. Queremos escutar o torcedor e saber qual é a necessidade dele. Nós temos 9 milhões de cruzeirenses, portanto precisamos alcançar muito mais que 50 mil sócios. E a análise dessa necessidade é fundamental”, disse Freitas, que tem 34 anos, é formado em marketing pela Universidade Fumec e pós-graduado em marketing esportivo na Faculdade Estácio de Sá. Ele chegou ao clube em janeiro, depois de participar de processo seletivo coordenado pelo vice-presidente-executivo Marco Antônio Lage.

Atualmente, o Sócio do Futebol dispõe de seis planos com cobertura integral ou parcial de ingressos: Tríplice Coroa, Libertadores, Brasileiro, Copa do Brasil, Cruzeiro Sempre e Papafilas. Enquanto as quatro primeiras abrangem o pagamento de 100% das entradas e custam entre R$ 90 e R$ 205 por mês, as duas últimas – mais em conta (R$ 30 e R$ 18) – oferecem descontos de 30/50% e 10%, respectivamente. Única que não dá direito a dedução na aquisição dos tíquetes, a modalidade ‘Time do Povo’ (R$ 12 mensais) deve ser extinta. Nesse caso, os titulares teriam a opção de migrar para outra categoria em janeiro de 2019.

O clube estuda a inserção de um plano voltado para torcedores com condição financeira mais elevada. “Estamos com a intenção de ter um sócio 'premium'. Aquela pessoa que pode investir no clube e dispor de um dinheiro maior. Ao mesmo tempo, esse sócio terá a abertura de ir à Toca da Raposa e de ter o Raposão ou a taça da Copa Libertadores no seu aniversário. Queremos fazer esse passaporte para o torcedor que pode investir mais”, explica Leandro Freitas.

De acordo com o gerente, os portadores de necessidades especiais também serão contemplados pelo Cruzeiro – já existe um programa oferecido pela Minas Arena em parceria com o próprio clube celeste, com mensalidade de R$ 50. “Hoje o sócio eficiente é uma parceria do Cruzeiro com o Mineirão, porque o local é específico do Mineirão (Vermelho Inferior). Mas o Marco Antônio Lage já está trabalhando em parceria com o Itair Machado para que a gente tenha esse espaço e traga essas pessoas para ter o benefício do clube. Como é do Mineirão, ele não acumula cruzeiros (pontos do programa que podem ser trocados por produtos licenciados ou ingressos), não acumula experiências, enfim. A gente está sim buscando montar essa modalidade”.

Além de ter a oportunidade de comparecer ao Mineirão em grande parte dos jogos do Cruzeiro em 2018, o torcedor que se tornar sócio do futebol poderá ter descontos em instituições de ensino, passagens aéreas, hotéis, restaurantes, cinemas e no consumo de produtos e serviços. "Queremos trabalhar com desconto de 15 a 20% para ser um diferencial de mercado. O comercial do Cruzeiro, dirigido pelo Robson Pires, faz um trabalho muito intenso pelo sócio do futebol e contribui muito para trazer os benefícios. O torcedor está começando a compreender que tem que ser sócio para participar desses benefícios”, frisou Freitas.

No bate-papo exclusivo com a reportagem do Superesportes, Leandro também abordou outros temas, entre os quais a sua passagem como diretor da torcida organizada Geral Celeste; o início do trabalho num cargo de grande importância no Cruzeiro; a melhoria no relacionamento com os torcedores do interior de Minas Gerais e de outros estados; e a possibilidade de, futuramente, as cadeiras do setor Amarelo Superior do Mineirão serem retiradas com o intuito de aumentar a capacidade do estádio. Leia na íntegra:

'Temos 9 milhões de torcedores e precisamos alcançar muito mais do que 50 mil sócios', diz Leandro / Rafael Arruda/Superesportes

Quais são suas qualificações profissionais?

“Minha vida profissional sempre foi como autônomo. Fui representante comercial desde os 18 anos de idade, hoje tenho 34. Desde os 18 atuo na área comercial. Fui representante da S.C Johnson (indústria química de produtos de higiene e limpeza) e da Josapar (empresa de alimentos), trabalhei também com supermercados. Fiz graduação de marketing na Fumec e concluí a pós na Estácio em marketing esportivo. Em 2013 criei a torcida Geral Celeste, que me deu a oportunidade de estar mais junto do esporte. Nos outros trabalhos eu tinha esse relacionamento com o cliente e com o consumidor, fazia o marketing direcionado a essas pessoas. E a torcida, nesses últimos cinco anos, me deu um pouco de bagagem e me fez compreender os anseios dos torcedores. Pude realizar os sonhos dos torcedores e os meus também, que era me aproximar dos ídolo e fazendo ações em prol do clube. Acho que a torcida Geral Celeste foi muito importante para que eu mostrasse o meu trabalho e do marketing direcionado a contribuir com o Cruzeiro.”

Como surgiu a oportunidade de trabalhar no Cruzeiro?

“Sempre admirei o trabalho do Itair Machado à frente do Ipatinga. E a gente acabou que se conheceu, até porque ele gostou muito do trabalho que eu fazia pela torcida (Geral Celeste). Mas com relação à seleção, ele colocou totalmente nas mãos do Marco Antônio Lage. Ele me indicou, mas o Lage colocou mais três ou quatro pessoas no processo. E aí foi definido até bem depois da posse, no dia 22 de janeiro, que eu seria efetivado. Se estivesse tudo certo, já entraria logo no dia 2. Mas houve esse processo para ser efetivado como gerente de relacionamento, o que anteriormente não havia no clube. Tinha a pessoa que era voltada para o sócio, e o torcedor meio que ficava nas mãos de muita gente. Agora nós estamos centralizando isso. A gente tem um trabalho focado em aproximar o torcedor do clube.”

O programa Sócio do Futebol já estava bem estruturado antes de sua chegada. O que será oferecido de novidade aos cruzeirenses?

“Você falou bem: o Sócio do Futebol, embora não seja uma plataforma consolidada, é bem consistente. Comparando a outros times do Brasil, é bem consistente. Mas a gente vê necessidade de melhora contínua. Queremos escutar o torcedor e saber qual é a necessidade dele. Nós temos 9 milhões de torcedores e precisamos alcançar muito mais do que 50 mil sócios. É a análise de buscar essa necessidade. Hoje a gente vê que o Cruzeiro é muito forte no sócio, que tem concentração de 85% na capital e na Grande BH. Mas há muitos cruzeirenses no interior e fora de Minas Gerais, como Brasília, Goiânia, Rio de Janeiro e São Paulo. Então estamos focados em trabalhar também as necessidades dos torcedores do interior. Hoje o sócio é muito preso ao benefício do ingresso. Se o cruzeirense do interior não tem a condição de frequentar sempre o estádio, na cabeça dele não há motivos para que seja sócio. A gente está buscando parcerias com empresas para levar os benefícios aos torcedores do interior. Queremos que ele acumule ‘Cruzeiros’ (pontuação do programa de fidelidade) sem necessariamente ir ao jogo. Hoje o acúmulo de ‘Cruzeiros’ é feito somente com a condição de ir ao jogo e de renovar o plano. Vamos fazer convênios para trocar Cruzeiros por experiências e produtos. Vamos trabalhar também para que os resgates dos sócios do interior sejam enviados também, pois hoje eles têm que pedir a alguém para buscar aqui, é uma logística ruim, vamos implantar essa melhora no próprio sistema. Criando uma forma para que o sócio do interior acumule mais cruzeiros e tenha com o que gastar – não apenas com produtos, mas também com serviços –, o sócio tende a crescer muito e fidelizar. Queremos colocar na plataforma os descontos que ele têm e os parceiros que ele está consumindo”.

O clube criará mais categorias?

“Em termos de modalidade, vamos manter o que a gente tem, mas agregar novas coisas. Hoje o sócio eficiente é uma parceria do Cruzeiro com o Mineirão, porque o local é específico do Mineirão (Vermelho Inferior). Mas o Marco Antônio Lage já está trabalhando em parceria com o Itair Machado para que a gente tenha esse espaço e traga essas pessoas para ter o benefício do clube. Como é do Mineirão, ele não acumula cruzeiros, não acumula experiências, enfim. A gente está sim buscando montar essa modalidade. Já vamos soltar a modalidade do jogador de base. Todo jogador de base vai ser sócio do futebol. Também haverá modalidade de funcionários, que deverão ser sócios do futebol. E para o torcedor estamos buscando um plano de sócio familiar, no qual o marido tenha sua esposa e seus filhos como dependentes e ganhem descontos por isso. É um plano para executarmos. Outra coisa que estamos estudando também é que o Cruzeiro perde muito com a não-presença dos sócios cativos. Ele acaba que não dispõe o ingresso para venda. Então estamos bolando uma forma de intensificar o check-in e fornecer ‘cruzeiros’ a quem efetua o check-in e mostrar aos torcedores que é importante essa receita. Estamos também com a intenção de ter um sócio 'premium'. Aquela pessoa que pode investir no clube e dispor de um dinheiro maior. Ao mesmo tempo, esse sócio terá a abertura de ir à Toca da Raposa e de ter o Raposão ou a taça da Copa Libertadores no seu aniversário. Queremos fazer esse passaporte para o torcedor que pode investir mais. Hoje estamos limitados, temos os valores bem definidos e não podemos acrescentar. A ideia é trazer serviços para que os sócios tenham descontos e agregar benefícios”.

Com relação ao sócio do futebol que mora no interior, sem tantas condições de ir ao estádio, como funcionará, na prática, as medidas para que ele usufrua os benefícios do programa?

“Nesse pouco tempo em que estou conseguimos agregar novas empresas e até serviços de comércio eletrônico para que o sócio tenha descontos especiais. Também estamos buscando parcerias com faculdades, estamos próximos de anunciar essas parcerias e vamos dizer que o desconto será maior ao que os torcedores pagam para serem sócios. Estamos buscando não apenas em Belo Horizonte, mas instituições do interior, fora da Grande BH, para também fidelizar. O sócio adimplente teria desconto não apenas na matrícula, mas também nas mensalidades de quaisquer cursos. Estamos próximos de dar esse presente para a torcida. Será um ganho muito grande em termos de benefício.”

Qual o percentual de descontos em produtos e serviços?

“Queremos trabalhar com desconto de no mínimo 15 ou 20% para ser um diferencial de mercado. O comercial do Cruzeiro, dirigido pelo Robson Pires, faz um trabalho muito intenso pelo sócio do futebol e contribui muito para trazer os benefícios. O torcedor está começando a compreender que tem que ser sócio para participar desses benefícios.”

É possível chegar a 100 mil sócios sem depender do resultado dentro de campo?

“O plano é não depender do resultado dentro de campo. A gente acha possível sim, é uma meta que estamos trabalhando. Neste ano já ganhamos 14 mil sócios em dois meses. Se mantivermos isso, atingiremos a meta de 100 mil sócios adimplentes.”

“Estamos focados no objetivo de ter o sócio como principal investidor do Cruzeiro. Queremos passar dos R$ 20 milhões de arrecadação com o Sócio do Futebol (englobando os valores das vendas para os sócios não cativos). Atingindo a meta dos 100 mil sócios, conseguiremos alcançar esse valor que vai ser bem recebido pela diretoria.”

Cruzeiro desenha projeto para chegar a 100 mil sócios-torcedores ainda em 2018 / Cristiane Mattos / Light Press / Cruxeiro

De maneira didática, qual a categoria ideal de sócio para cada torcedor?

“Se eu falar hoje da nova modalidade, vou queimar o que virá pela frente. Tenho certeza que até o meio do ano poderia me contradizer. Mas a gente sabe que o Cruzeiro Sempre, o Time do Povo e o Papafilas são para aqueles que não vão com tanta frequência e ganha desconto no ingresso, enquanto o cativo é para quem tem mais presença. Mas a gente quer fazer com que o cativo tenha um benefício maior e consequentemente um ‘desembolso’ melhor. A gente sabe que há pessoas que poderia investir um pouco mais no clube, então poderíamos criar outros serviços dentro do pacote do sócio-torcedor e agregar em termos financeiros. A diretoria quer que o clube seja sustentável com o Sócio do Futebol.”

“A gente também quer dar a oportunidade de o sócio em categorias mais baratas poderem acumular benefícios em maneiras que não sejam simplesmente indo ao campo. Talvez indo ao supermercado e, ao passar o cartão, digitar o CPF e ganhar pontos que podem ser trocados por descontos. A gente está em busca dessa pontuação para que o sócio tenha a oportunidade de ele realizar seus sonhos. Quem mora no interior, por exemplo, poderá ser contemplado com outras ações. Se a gente não pode trazê-los ao Mineirão, levaremos o time master para o interior. Temos o objetivo de colocar o time master no interior para que os ex-jogadores nos ajudem a cativar mais sócios”.

Em São Paulo, o ingresso é bem mais caro e os clubes costumam faturar valores milionários em cada partida. Levando em consideração a diferença de custo de vida em Belo Horizonte, como o Cruzeiro procederá na arrecadação com bilheteria?

“A gente sabe que a realidade comercial e econômica é totalmente diferente para os clubes mineiros. Mas estamos buscando, na receita do sócio Cruzeiro Sempre, para que busquemos esse crescimento e possamos vender mais ingressos. O Cativo é muito importante para o clube, em termos de fidelidade, mas o Cruzeiro Sempre é mais rentável. É o que acontece, por exemplo, no Palmeiras. O preço do ingresso é muito alto, há categorias para cativos, mas o que gera receita é o ingresso com desconto.”

“A bilheteria é importante, mas a união entre a torcida e o time levará o clube mais à frente. E estádio cheio gera um clima diferenciado para prolongarmos isso. A diretoria, então, quer trabalhar com preços acessíveis e possíveis. Para a Copa Libertadores foi feita essa análise antes de colocarmos os ingressos à venda. Queremos que o torcedor nos acompanhe e que o estádio sempre fique cheio.”

Para o Campeonato Brasileiro haverá comercialização de pacotes de ingressos da mesma forma que ocorreu na Copa Libertadores?

“A Libertadores foi um primeiro passo para o Cruzeiro fazer os pacotes. No Brasileiro temos sim a intenção de soltar um pacote de primeiro turno, isso está sendo avaliado pela diretoria. Queremos fazer até para que o torcedor se programe financeiramente para acompanhar o clube. Com o crescimento do sócio e com o time que foi montado pela diretoria, logo os ingressos serão cada vez mais raros. Então é importante o torcedor se planejar para não perder aquele jogo importante que ele queira assistir”.

* O Cruzeiro vendeu 15 mil pacotes para os jogos contra Vasco, Universidad de Chile e Racing

Os grandes públicos na primeira fase do Mineiro causaram surpresa para a diretoria?

“A torcida do Cruzeiro não está surpresa, pois sabe do que é capaz. É uma torcida que nunca abandonou o Cruzeiro, mesmo em épocas difíceis, como em 2015 e 2016. Claro que a diretoria deu um gás, assim como os jogadores, para que os torcedores se aproximassem da equipe. E o torcedor está dando esse retorno, estão comprando a ideia e abraçando as ações do marketing. Esse sucesso que ocorre no marketing é devido ao apoio do torcedor.”

Caso o Cruzeiro chegue à decisão da Copa Libertadores, a tendência é que o número de sócios aumente, podendo, inclusive, ultrapassar a capacidade do Mineirão (cerca de 62 mil). Muitos torcedores pedem que as cadeiras do setor amarelo sejam retiradas, mas a burocracia para tal procedimento poderia dificultar a situação. O que é possível nesse sentido?

“Dentro dessa diretoria tudo é possível. Eles estão muito unidos, parece que estão juntos há muitos anos, sendo que estão juntos há apenas dois meses. Eu já participei de reuniões com a Minas Arena e vejo o Itair Machado muito envolvido para solucionar esses problemas e aproximar o Cruzeiro com o Mineirão. É fazer do Mineirão a nossa casa e colocar a nossa cara. A questão das cadeiras é um ponto primordial para essa diretoria. Acredito que vá demorar um pouco por causa dos trâmites legais, pois é preciso ter aprovação de órgãos públicos, na parte burocrática. Mas a diretoria está se reunindo com o Mineirão para melhorar as condições, tanto na parte interna quanto na própria esplanada”.

Houve um estudo de quantos lugares o Mineirão 'ganharia'?

“Ainda não fizemos um estudo de quantos lugares o estádio ganharia, mas certamente haveria um aumento. E com relação aos torcedores que estão ali e não querem que as cadeiras sejam retiradas, podemos alocá-los em outro lugar. Assim, as cadeiras seriam retiradas na parte superior, onde se concentram as organizadas”.

Sobre a questão do sócio, muitos torcedores sentem falta do pagamento via boleto bancário. É possível o Cruzeiro liberar esse formato?

“O boleto é importante para atingir aquele público que não tem muitas condições, mas quer ser sócio. Só que, ao mesmo tempo, é prejudicial ao clube, pois o cartão de crédito é uma receita garantida. Então se abrimos o boleto, quem está no cartão quer passar para o boleto. Aí corremos o risco de perder receita. Mas temos formas de valorizar quem paga no cartão de crédito e buscar atender o sócio no boleto. Estamos pretendendo, quem sabe, trazer um pré-pago para carregar o cartão no boleto para comprar seu ingresso. Seria uma saída que a gente poderia ter para quem não tem o cartão de crédito poder ser sócio e participar de todo o programa de benefícios que o clube vier a oferecer. A intenção é que a gente abra o pré-pago para todas as modalidades. E aí vai interessar mais a quem não tem cartão de crédito”.

E para as lentidões no sistema quando muitos torcedores tentam comprar as entradas de maneira simultânea? Existe solução?

“Vamos reformular bastante a parte de tecnologia do Cruzeiro. Para chegarmos a 100 mil sócios não basta só bola na rede, tem que ter um suporte, um call-center especializado e uma tecnologia voltada para melhorar os acessos para os sócios. Estamos trazendo pessoas capacitadas para a tecnologia para melhorar esse processo. O torcedor vai sentir essa diferença até o meio do ano.”

Nessa sexta-feira, sócios do futebol tiveram a oportunidade de tomar café com o presidente Wagner Pires de Sá, além de conhecerem outras estruturas do clube, como a Toca da Raposa II. Como foi feita essa ação?

“Foi um pedido do Wagner para aproximar o torcedor do clube. O torcedor ama o clube e vai ao estádio, mas poucos conhecem a parte institucional como estou tendo a oportunidade aqui agora. Então, aqui dentro, quero mudar um pouco isso e dar essa oportunidade aos torcedores. O Wagner e o Itair Machado nos deram livre acesso para a gente utilizar dessas experiências que não têm preço para o sócio do futebol. O sócio do futebol poderá participar mais, como tomar café com o presidente, utilizar o clube (de lazer), ter acesso à Toca da Raposa, enfim. É tirar esse cadeado e abrir a porta para o torcedor se sentir em casa. É o que faz o relacionamento com o torcedor. Tudo que for sonho do torcedor, a gente tem que tentar realizar.”

Sócios-torcedores do Cruzeiro conheceram dependências da Toca da Raposa II nessa sexta-feira / Leandro Freitas/Arquivo pessoal

No ano passado, você chegou a se manifestar por meio de seu perfil no Twitter críticas ao programa Sócio do Futebol. Hoje, dentro do clube, arrepende-se da postagem que gerou grande repercussão entre os usuários ativos da rede social?

“A diretoria é transparente. Acho que estou aqui dentro por conta disso também. Creio que não devemos conceder privilégios. O torcedor tem que ser tratado de modo igual. Então o que aconteceu foi por causa disso, de começar a ver privilégios. Estamos entrando para quebrar isso e ser igual para todos. A gente quer ser transparente em tudo, que o torcedor saiba quem está resgatando, que seja um Cruzeiro transparente, é a filosofia da nova diretoria. Acho que não há arrependimento. Hoje tenho a condição de mostrar essa transparência ao torcedor. O importante é que seja um Cruzeiro de todos, não pode ser para um determinado grupo de pessoas. A nova diretoria quebrou todos esses tabus, fez uma reformulação muito grande e hoje é um Cruzeiro de todos. Há uma união muito boa em todos os ambientes”.

A torcida Geral Celeste ficou marcada por fazer muitas ações com ídolos. Como foi esse período?

“Foi preponderante esse trabalho. O torcedor é muito carente de ter seus sonhos realizados. E de forma que a Geral Celeste foi crescendo e virando formadora de opinião, conseguimos passar respeito e uma imagem diferente. Fizemos ações não apenas com ídolos, mas também com crianças em comunidades, no próprio Mineirão na arquibancada e os ídolos foram se aproximando da gente. Fui fazendo esse relacionamento, eles foram gostando desse novo modelo de torcida e nós conseguimos valorizar muito. O ídolo passa por uma fase de transição, no qual ele começa com uma fama muito grande e depois vai para essa transição. Então queremos que eles sejam lembrados. O clube já faz ações, mas podemos intensificar mais. Tivemos muitas ações com Alex, Marcelo Ramos, a festa da Libertadores, Piazza e Gottardo levantando a taça juntos. Via marmanjos chorando de emoção. Pudemos dar essa alegria tanto para mim quanto para o torcedor.”

Leandro Freitas ao lado de Alex e Dirceu Lopes, ídolos do Cruzeiro, em evento da Geral Celeste / Leandro Freitas/Arquivo pessoal

Em 2021, o Cruzeiro completará 100 anos de fundação. Já há algum projeto de marketing em andamento para o centenário do clube?

“Já estamos pensando sim no primeiro século do clube. O Marco Antônio Lage (vice-executivo) está pensando lá sim. Já se fala de começar a trabalhar a parte histórica do clube, quem sabe montar um filme contando a história, o próprio museu – que é um sonho do presidente –, o instituto que trabalhará o projeto do centenário. Com relação ao sócio, acho que este ano (2018) será essencial para traçarmos essa meta. Acredito que, com 100 mil sócios, pudemos almejar em dois anos muitos mais sócios. Com projetos e ideias, podemos atrair pessoas que amam o clube, mas às vezes não gostam ou não podem ir ao campo. Aí sim podemos ter o número correto.”

Recado final aos cruzeirenses

“Estamos trabalhando intensamente para ter esse benefício real e faça com que o sócio valha à pena além do próprio jogo. Vamos pensar também nas pessoas que são cruzeirenses e moram no exterior. Queremos valorizar todo mundo e fazer com que o sócio valha à pena mesmo”.

SÓCIOS DO CRUZEIRO

Cativos: 9.117

- Tríplice Coroa: 925
- Copa Libertadores: 1.049
- Campeonato Brasileiro: 5.708
- Copa do Brasil: 1.435

* Sócio cativo tem direito a ingresso para todos os jogos

Cruzeiro Sempre: 30.778

* Sócio Cruzeiro Sempre pode comprar ingresso com desconto entre 30% e 50%.

Papafilas: 3.033

* Sócio Papafilas pode comprar ingresso com desconto de 10%

Time do Povo: 7.100

* Sócio Time do Povo não tem desconto na compra de ingresso

Total: 50.028

Faturamento estimado: R$ 2,1 milhões apenas com as mensalidades, sem levar em consideração a arrecadação da venda de ingressos para os sócios não cativos (Cruzeiro Sempre, Papafilas e Time do Povo).

* O Cruzeiro ainda tem 25 mil sócios inadimplentes, totalizando 75.346 torcedores, conforme divulgado pelo próprio site do programa.

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