Lucas Soares encontrou seu lugar. Mas teve que dar alguns passinhos para trás e ir para o outro lado do campo. Ponta-esquerda na Copa São Paulo do ano passado, a jovem promessa buscar sucesso na posição que um dos seus ídolos, Daniel Alves, atua: a lateral direita.

A mudança, porém, não foi fácil. Com características, evidentemente, ofensivas, o camisa 2 celeste não consegue esconder os risos ao lembrar do dia em que foi avisado de sua nova posição.

“A primeira coisa que pensei era ‘como que eu vou marcar?’ (risos). Mas fui melhorando a cada dia, me adaptando. Já peguei vários atacantes habilidosos, inclusive no Campeonato Brasileiro Sub-20. Consegui me dar bem, mas vou sempre buscar me aprimorar”, destacou.

Autor do terceiro gol da vitória celeste, por 3 a 1, sobre o Inter de Bebedouro, que classificou a Raposa para a próxima fase da Copinha, Lucas também tem sua posição bem definida na família Soares. É o caçula em meio à três irmãs.

“Até minha mãe brincou uma vez que eu era a última tentativa de vir um filho homem. Meu pai gosta de futebol, mas minha mãe, por incrível que pareça, gosta mais. Era a minha mãe que queira mais um menino”, contou o jogador, nascido em Goiânia, mas sem muita qualidade para cantar o bom e velho sertanejo.

“Goiânia é a cidade do sertanejo. Todo mundo me pergunta o porquê de eu não tocar violão, de não cantar (risos). Mas acabei indo para o futebol mesmo e isso sempre foi meu sonho desde pequeno”, ressaltou.

Para o bem da música e do futebol, Lucas descobriu bem cedo que tinha talento nos pés. Apoiado pelo pai Henrique e pela mãe Roselene, o futuro jogador cruzeirense começou sua carreira na várzea, onde se destacou e acabou ganhando a chance de jogar em uma das escolinhas mais famosas do estado de Goiás. O problema mesmo era a distância.

“Acabei indo para uma escolinha em Inhumas-GO, que era um pouco longe. Ia de ônibus e gastava duas horas e meia, três horas. Bate e volta. Chegava em casa para dormir e, no dia seguinte, ia à escola para depois ir para o treino. Era todo dia isso. Pegava quatro ônibus para chegar ao treino”, relembrou.

Embalado pelo sonho de vencer no futebol, Lucas Soares venceu os obstáculos e foi aprovado na base do Goiás, defendendo, logo, depois, o Vila Nova-GO. No último clube, o lateral-direito fez sucesso e chamou a atenção do Cruzeiro, que o contratou em abril de 2016.

Logo na chegada ao Maior de Minas, Lucas Soares ganhou um apelido que acompanha o lateral até hoje na base celeste. “Me chamam de abacaxi. O apelido é por causa do cabelo (risos). Quando cheguei aqui tinha o cabelo meio ‘espetadinho’. O Ramiel (meia) deu este apelido e pegou”, relembrou.

Há quase dois anos no Clube e com algumas mudanças, inclusive no corte de cabelo, Lucas Soares pode dizer, orgulhoso, que já foi relacionado para um jogo do time profissional do Maior de Minas. Foi no ano passado, diante do Londrina, pela Primeira Liga.

“Fui para o jogo contra o Londrina e foi muito bacana. Treinei por cinco dias com o profissional e foi uma experiência bastante legal. Espero ter outras experiências como aquela”, afirmou o jogador, que, agora, pela lateral direita dispara rumo ao sonho do título da Copinha.

Tabela de jogos do Cruzeiro

Grupo 12
04/01 – Cruzeiro 2 x 1 Batatais – gols: Vitinho e Vander
07/01 – Nova Iguaçu 1 x 0 Cruzeiro
09/01 – Inter de Bebedouro 1 x 3 Cruzeiro – gols: Alesson, Marcelo e Lucas Soares

Segunda fase
11/01 – Cruzeiro x Rio Branco-SP

Artilharia celeste
1 gol: Vitinho, Alesson, Marcelo, Lucas Soares e Vander